Noroeste gaúcho lidera produção nacional de leite
Região gaúcha está à frente do Oeste Catarinense e do Triângulo Mineiro na oferta do alimento | Foto: Joseani Antunes/Embrapa-Trigo
Estudo lançado pela Embrapa Gado de Leite, sediada em Juiz de Fora (MG), confirma o Noroeste Riograndense como a principal região produtora de leite no país, seguida do Oeste Catarinense e do Triângulo Mineiro/Alto Parnaíba.
De acordo com o Anuário Leite 2025, produzido pela empresa Texto Comunicação, de São Paulo, e publicado pela estatal, a região gaúcha fornece 2,72 bilhões de litros por ano, respondendo por 7,71% da oferta nacional. O Oeste Catarinense contribui com 2,42 bilhões de litros (6,86%), enquanto que 2,35 bilhões de litros (6,60%) são provenientes do Triângulo Mineiro.
De acordo com o diretor financeiro da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Nacir Penz, o destaque do Noroeste Gaúcho pode variar conforme a metodologia e métrica utilizada na pesquisa, mas a região, inquestionavelmente, está entre as primeiras mais importantes do Brasil em relação à pecuária leiteira. “Há uma discussão sobre isso (sobre a produção de cada região)”, alerta Penz.
Adensamento da atividade
O dirigente explica que a atividade, no Noroeste, “é muito adensada”. Nos últimos anos, a desistência de boa parte dos pecuaristas de leite concentrou a produção num número menor de empreendimentos. O fenômeno, aliás, não se limita à região, ocorrendo em todo o Estado. O Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite, publicado em 2025 por Emater-RS/Ascar, com dados de 2023, registra um decréscimo de 60,90% no número de estabelecimentos produtores de leite no Rio Grande. No mesmo período, diminui a participação de propriedades com menor litragem diária (até 150 litros) e aumenta as que disponibilizam maiores volumes.
Penz salienta a importância do leite para áreas de colonização, como o Noroeste, caracterizadas por pequenas propriedades. “Foi o leite que assegurou o pagamento dos primeiros boletos, que eram os da energia elétrica”, ilustra.
Os dados do Anuário da Embrapa foram recolhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também em 2023. O levantamento estabelece uma comparação com os resultados obtidos em 2003, quando o Triângulo Mineiro liderava o ranking de região com maior produção, seguido pelo Noroeste do Rio Grande do Sul e pelo Sul Goiano.
Desempenho estadual
Entre as unidades federativas (UFs), Minas Gerais apresenta a maior produção, com 9,42 bilhões de litros, com 26,63% de participação no total nacional. Na segunda colocação, está o Paraná, com 4,55 bilhões de litros (12,88%), à frente do Rio Grande do Sul, com 4,11 bilhões de litros (11,63%). Ambos os estados registraram baixa na oferta, a exemplo do que ocorreu em outras UFs.
A produção nacional somou, em 2023, 35,37 bilhões de litros, 2,38% a mais do que os 34,55 bilhões de litros de 2022. Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás somaram 68,63% do volume total.
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FONTE: CORREIO DO POVO