Fogos de artifício: além de prejudiciais e perigosos para humanos, o impacto nos animais e como protegê-los
Além de representarem risco e prejuízos à saúde humana, os fogos de artifício causam sofrimento intenso a cães, gatos e outros animais. Os pets não entendem o barulho, apenas sentem medo. Os estampidos provocam pânico, dor e até convulsões. O silêncio, neste contexto, é um gesto de amor e de responsabilidade coletiva.
Nas festas de fim de ano, enquanto muitas pessoas celebram, humanos sensíveis ao ruído, idosos, crianças, pessoas com transtornos do espectro autista, pacientes acamados e animais domésticos enfrentam momentos de grande estresse. O barulho dos fogos pode ultrapassar 150 decibéis, nível comparável ao de uma turbina de avião, capaz de causar danos auditivos, crises de ansiedade e agravamento de problemas de saúde em pessoas, além do impacto devastador nos animais, cuja audição é muito mais sensível.
O som repentino e intenso provoca desorientação, crises de pânico e convulsões em cães e gatos. Muitos fogem de casa em busca de abrigo, aumentando o risco de atropelamentos e acidentes. Veterinários relatam atendimentos frequentes de animais feridos ao tentar escapar e de gatos que desaparecem por dias após episódios de fogos.
Os efeitos não se limitam ao momento do barulho. A exposição repetida pode gerar fobias, agressividade e depressão nos animais. Em humanos, os fogos também afetam pessoas com sensibilidade auditiva, transtornos neurológicos ou cardiovasculares, podendo desencadear crises, além de oferecer risco físico direto por acidentes com explosões. A fauna silvestre também sofre: aves se desorientam e abandonam ninhos, enquanto animais de campo entram em pânico, causando acidentes em áreas urbanas e rurais.
Especialistas recomendam que tutores permaneçam com seus animais durante os fogos, preparem um ambiente seguro e silencioso, fechem portas e janelas e utilizem sons de fundo, como rádio ou televisão, para reduzir o impacto do ruído. Manter a calma é essencial, assim como buscar orientação veterinária em casos mais graves. Para humanos sensíveis, o uso de ambientes protegidos e a redução da exposição sonora também são medidas importantes.
Como alternativa, os fogos silenciosos preservam o espetáculo visual sem o estampido. A tecnologia já é adotada em diversos países e começa a se expandir no Brasil, demonstrando que é possível comemorar sem causar dor, medo ou riscos à saúde.
Em 2025, o Rio Grande do Sul aprovou a proibição de fogos com estampido, reforçando a proteção tanto de animais quanto de pessoas. A lei prevê fiscalização e multas, mas a conscientização segue como o principal desafio.
Mais do que uma questão legal, o debate envolve empatia e convivência. Celebrar sem barulho excessivo é uma forma de cuidar da vida, do bem-estar humano e da proteção dos animais.
Fonte: Jornal O Sul – Conexão Pet (Gisele Flores)
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