Avanços Promissores no Tratamento do Câncer de Mama Ampliam Esperança de Cura
Estudos recentes e inovações terapêuticas têm transformado o cenário do câncer de mama, trazendo esperança para milhares de pacientes no Brasil e no mundo. Durante o maior congresso de oncologia do mundo, promovido pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago, avanços significativos foram apresentados, destacando o potencial de novas abordagens para prolongar o controle da doença e até mesmo alcançar a cura em casos antes considerados incuráveis.
Tratamentos Individualizados e Inovadores
Entre os principais avanços apresentados, destaca-se o uso da biópsia líquida, uma tecnologia de ponta que permite monitorar mutações genéticas específicas, como a do gene ESR1, e ajustar o tratamento antes do agravamento da doença. Um estudo recente demonstrou que pacientes que trocaram de medicamento ao detectar essa mutação, mesmo sem sintomas aparentes, conseguiram prolongar o controle da doença em mais de seis meses em comparação aos tratamentos tradicionais.
Outro destaque foi o desenvolvimento de novas drogas orais, como o vepdegestrant, que não apenas bloqueiam os receptores de estrogênio, mas também os destroem dentro das células tumorais. Essas terapias mostraram resultados promissores, oferecendo maior eficácia e menor toxicidade para os pacientes.
Para tumores HER2 positivos, conhecidos por sua agressividade, drogas inteligentes estão revolucionando o tratamento. Tecnologias como o trastuzumabe deruxtecano direcionam a quimioterapia diretamente para as células doentes, reduzindo os efeitos colaterais e aumentando a sobrevida das pacientes. Estudos indicaram que essa abordagem reduziu em 44% o risco de progressão da doença ou morte.
Desafios no Acesso às Terapias
Apesar dos avanços, a implementação dessas inovações no Brasil ainda enfrenta barreiras significativas. O acesso a medicamentos modernos, como o trastuzumabe deruxtecano, aprovado pela Anvisa em 2024, permanece limitado no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo especialistas, cerca de 70% dos pacientes oncológicos no país dependem exclusivamente do SUS, o que dificulta o acesso às terapias de alto custo.
“Hoje, entre 50% e 60% dos casos de câncer de mama são curados no Brasil. Com diagnósticos mais rápidos e acesso integral ao tratamento, esse número poderia ultrapassar 80%”, afirma o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Um Futuro Otimista
Apesar dos desafios, o panorama é de otimismo. Novos tratamentos têm tornado a doença menos invasiva nos estágios iniciais e mais controlável nos casos avançados. "Estamos começando a acreditar que, para algumas pacientes com doença metastática, até hoje considerada incurável, a cura pode se tornar uma possibilidade real em um futuro próximo", conclui Kaliks.
O câncer de mama, que já apresenta altas taxas de cura, está cada vez mais próximo de oferecer melhores desfechos e qualidade de vida para as pacientes, consolidando avanços que prometem redefinir os padrões da oncologia nos próximos anos.
Fonte: CNN Brasil
Categoria: Saúde | Oncologia
