Morre o Papa Francisco, aos 88 anos
Foto: Vatican News
O papa Francisco morreu nesta segunda, aos 88 anos, anunciou o Vaticano. O pontífice argentino, natural de Buenos Aires, esteve no cargo por 12 anos. Jorge Mario Bergoglio assumiu o posto em 2013, quando sucedeu Bento XVI, que renunciou à sua posição como pontífice na época.
O estado de saúde do líder da Igreja Católica, havia piorado desde 14 de fevereiro quando foi hospitalizado. Ele ficou mais de 38 dias internado no hospital Gemelli, de onde recebeu alta em 23 de março.
Segundo comunicado de hoje do Vaticano, “O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”.
Nesse domingo, o papa Francisco apareceu na varanda da basílica de São Pedro no Vaticano e, com voz frágil, desejou uma “Feliz Páscoa” aos milhares de fiéis reunidos no Vaticano para celebrar a ressurreição de Cristo.
Um mês após receber alta após uma hospitalização prolongada, a presença do pontífice de 88 anos era incerta e o Vaticano não havia confirmado sua participação na cerimônia.
Finalmente, o papa apareceu em uma cadeira de rodas, pouco depois das 12h00 (7h00 de Brasília) para a tradicional bênção “Urbi et Orbi” (à cidade de Roma e ao mundo).
O jesuíta argentino precisou recorrer ao auxílio de um colaborador, que leu sua mensagem, na qual fez uma revisão dos conflitos no mundo.
Francisco denunciou “uma situação humanitária dramática e ignóbil” em Gaza e pediu um cessar-fogo. Também disse que “é preocupante o crescente clima de antissemitismo que está a se espalhar por todo o mundo”.
“Não é possível haver paz onde não há liberdade religiosa ou onde não há liberdade de pensamento nem de expressão, nem respeito pela opinião dos outros”, destacou o pontífice em sua bênção.
Depois, Francisco surpreendeu e percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel, momento em que abençoou alguns bebês.
Durante a manhã, o papa recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, em um “encontro privado de alguns minutos”, dois meses depois de Francisco criticar a política migratória do governo de Donald Trump.
Pela primeira vez desde que foi eleito em 2013, o líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos não participou da maioria das celebrações da Semana Santa, como a Via-Crúcis próxima ao Coliseu na sexta-feira e a Vigília Pascal de sábado à noite.
No sábado, no entanto, pouco antes da vigília, ele fez uma breve aparição pública na basílica de São Pedro para rezar diante da imagem da Virgem e, depois, acenou para vários fiéis e distribuiu doces entre as crianças.
Milhares de fiéis
Os organizadores esperavam um grande público devido ao Jubileu 2025, “Ano Santo” da Igreja Católica, que acontece a cada 25 anos.
Quase 35.000 pessoas se reuniram na praça neste domingo, com a expectativa de ver o papa.
Na noite de sábado, o cardeal italiano Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, presidiu a Vigília Pascal em meio a milhares de velas que iluminaram os arredores da basílica de São Pedro.
Antes do Domingo de Páscoa, a única atividade pública da Semana Santa com participação de Jorge Bergoglio havia sido a visita a uma prisão no centro de Roma, na quinta-feira, onde o papa se reuniu com quase 70 detentos.
Debilitado por problemas de saúde e várias intervenções cirúrgicas, Francisco esteve à beira da morte por duas vezes durante sua última internação, de 38 dias, no hospital Gemelli, de onde recebeu alta em 23 de março.
Em suas últimas aparições públicas, ele não utilizava cânulas nasais para oxigênio, o que indica que sua saúde está melhorando graças à reabilitação.
Em um momento incomum, os cristãos de todo o mundo celebram este ano a Páscoa no mesmo dia, com a coincidência dos calendários gregoriano – seguido por católicos e protestantes – e juliano – seguido pelos ortodoxos.
Fonte: Correio do Povo