As chamas em El Bolsón se intensificaram nas últimas horas, tornando-se incontroláveis e forçando a evacuação de centenas de moradores. As autoridades organizaram uma evacuação gradual e coordenada de cerca de 700 residências, em um momento crítico, marcado por ventos de até 80 km/h, que dificultam significativamente o trabalho das equipes de resgate.
A prefeitura de El Bolsón determinou a evacuação de diversas áreas, incluindo Las Perlas del Azul, Paraíso, Hue Nain, Dulcería, Cascada Escondida, Loma del Medio, Doña Rosa, Camping Los Alerces, Campo Base e Camping do Rio Azul até o Paralelo. Bombeiros e brigadistas seguem mobilizados, mas as chamas já atingiram a margem do Rio Azul, impactando diretamente Hue Nain e Cascada Escondida.
“Nosso foco é proteger as casas, pois o incêndio ganhou força extrema”, afirmou Orlando Báez, do Serviço de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (SPLIF), ao jornal Río Negro. Ele ainda relatou que abrigos estão sendo organizados em escolas e campanhas de doação foram iniciadas para apoiar os desabrigados.
O prefeito de El Bolsón, Bruno Pogliano, expressou o desespero da comunidade diante da catástrofe. “Está queimando tudo, estamos em um caos total”, declarou ao jornal Bariloche 2000. “A situação é devastadora”, acrescentou, mencionando que os incêndios começaram no final de janeiro e, desde então, vêm se alastrando sem controle.
As operações de combate incluem o uso de aviões e helicópteros, enquanto autoridades investigam as causas dos incêndios. A Metsul destaca que as condições climáticas adversas, incluindo uma intensa onda de calor e ventos fortes, têm dificultado ainda mais o controle do fogo. A previsão indica queda na umidade relativa para níveis críticos e ventos persistentes de até 80 km/h, fator que tem impulsionado a rápida propagação das chamas.
A mobilização de brigadistas, bombeiros e voluntários segue intensa, com a chegada de mais aeronaves para conter o avanço do fogo e proteger as comunidades ameaçadas. A Metsul ressalta que a população local tem desempenhado um papel essencial ao oferecer suporte logístico e doações para as vítimas da tragédia.
A emergência na Patagônia argentina também gerou forte comoção nas redes sociais, onde usuários apelam por ajuda e compartilham imagens impressionantes da destruição e do esforço dos bombeiros. Empresas e entidades se uniram à mobilização, e o clube River Plate aderiu à campanha “Todos somos la Patagonia”, promovida pela Red Solidaria, para arrecadar doações destinadas às famílias afetadas.
O Exército Argentino, em parceria com o Serviço Nacional de Manejo do Fogo, também está mobilizado para apoiar as operações em Neuquén e Río Negro. Tropas e equipamentos foram deslocados para os Parques Nacionais Nahuel Huapi e Lanín, oferecendo suporte logístico e transporte para as equipes de combate.
Unidades militares especializadas, como a Escola Militar de Montanha e o Regimento de Infantaria de Montanha 26, atuam em áreas estratégicas, fornecendo estrutura de apoio aos brigadistas. Além disso, helicópteros do Exército estão sendo empregados para deslocamento das equipes e reconhecimento aéreo, utilizando câmeras térmicas para identificar focos ativos e otimizar as operações de combate.
A Metsul reforça que a situação exige monitoramento constante, dada a gravidade do cenário e o avanço rápido das chamas. Autoridades continuam implementando medidas emergenciais para minimizar os impactos e proteger o patrimônio natural da Patagônia.
Com informações Metsul e Observador Regional