A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta nesta terça-feira, 17 de setembro, a letra e a música do hino da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
O processo de escolha da música e da letra da CF 2025 foi feito a partir de um concurso nacional, lançado em abril desse ano. Todos os inscritos participaram de uma formação on-line promovida pelo Setor de Música Litúrgica da CNBB em três etapas. A primeira etapa foi sobre o sentido da Campanha da Fraternidade em geral e especificamente sobre a próxima Campanha de 2025, com o padre Jean Poul, assessor do Setor de Campanhas da CNBB.
A segunda etapa foi sobre composição de letra, com Eurivaldo Ferreira, e a terceira etapa sobre composição de música, com Adenor Terra e frei Wanderson de Freitas, ambos pertencentes à Equipe de Reflexão de Música da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.
Formação em música
Padre Jair Costa, assessor do Setor Música Litúrgica, salientou que “a formação foi uma experiência ímpar: na mesma sala de formação on-line estavam presentes compositores experientes, autores de hinos de outras CFs, intérpretes consagrados da música católica e compositores iniciantes, tendo acesso às mesmas ferramentas de composição. Foi uma riqueza encontrar tantas pessoas e partilhar das experiências e expectativas”. disse.
O assessor do Setor Música Litúrgica explicou as etapas do concurso. “Aqueles que compõem em conjunto letra e música, enviaram na primeira etapa suas letras. Depois, puderam enviar suas melodias para a letra escolhida “, disse.
Padre Jair revelou que, entre os 246 inscritos, foram apresentadas 68 propostas de letra e 42 propostas de melodia. O processo de seleção da letra considerou a quantidade de sílabas em cada verso, a construção regular dos versos, e a possibilidade de se colocar uma música fácil para o povo cantar. Do ponto de vista teológico e pastoral, foi avaliada a sintonia com o tema da CF 2025, a capacidade de levantar esperança e provocar a conversão comunitária. E o processo de seleção da música buscou uma melodia que possa ser cantada por todos os grupos que vão refletir a CF: crianças, jovens e adultos; considerou também uma harmonia que possa ser executada com facilidade pelos instrumentistas das comunidades.
O autor da letra
A letra escolhida é de composição de Ismael Oliveira do Nascimento, natural de Iguatú (CE), pertencente à arquidiocese de Belo Horizonte (MG).
Por meio de um vídeo, Ismael relata que recebeu com muito entusiasmo e alegria a notícia de que sua letra foi escolhida para animar o hino da Campanha da Fraternidade de 2025. “Podemos dizer que o pano de fundo em toda a letra proposta é o magistério do Papa Francisco, que tem insistido bastante nesse diálogo com as mudanças climáticas”, disse.
“Nós que estamos percebendo hoje essas mudanças na pele, no ar, na respiração. O Brasil está praticamente tomado por incêndios florestais, muitas vezes incêndios propositais, porque como o Papa mesmo diz, há uma inclinação do ser humano, parece ser até uma sina de destruir, de impedir que a criação floresça, que a criação desabroche, mas aí vem Deus com a sua misericórdia e não cansa de criar, a gente diz que Deus não cansa de perdoar, mas também não cansa de criar, talvez isso esteja em todas as entrelinhas do hino, que está muito baseado no magistério da Igreja, naquilo que propõe o Papa Francisco, as discussões atuais sobre a Casa Comum, com a nossa morada, então fica a animação para que na Quaresma do ano que vem a gente celebre com alegria, com entusiasmo e penitência esse tempo tão importante para nós”.
Saiba mais:
O autor da música
Já o autor da música é o Miguel Philippi, regente de corais na arquidiocese de Florianópolis (SC). No vídeo ele aponta que é sempre um desafio compor uma nova melodia, mas que buscou atender os critérios que foram estabelecidos pela CNBB: uma música que fosse acessível para todos, bela, envolvente, e ao mesmo tempo que fosse original, buscando dar sentido à letra, com uma estrutura que valorize essa mensagem.
“As estrofes estão em tom menor. São um convite à reflexão, à oração, características tão próprias do tempo da Quaresma. O refrão está em tom maior, celebra a beleza da criação divina, inspirado também no cântico das criaturas de São Francisco, ao qual o próprio texto faz referência. Espero que esse hino possa nos ajudar a viver bem o tempo da Quaresma, e que seja instrumento de evangelização para a Igreja no Brasil”, finalizou.
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