Enchentes no Rio Grande do Sul: desabrigados, trechos bloqueados e previsão preocupante
O Rio Grande do Sul enfrenta uma das situações mais desafiadoras deste ano devido às chuvas intensas que atingem o estado. Até a manhã desta sexta-feira, 20 de junho de 2025, a Defesa Civil confirmou que cerca de 4.500 pessoas estão fora de suas casas, sendo 984 abrigadas em estruturas municipais. Além disso, três mortes foram registradas, sendo uma em Sapucaia do Sul devido à queda de uma árvore, outra no trajeto entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis após o colapso de uma ponte, e uma terceira ainda sob investigação. Também há o registro de uma pessoa desaparecida.
O cenário das rodovias é alarmante. Diversos trechos estão interrompidos, como na RSC-287, entre Novo Cabrais e Paraíso do Sul, onde as enxurradas e quedas de árvores tornaram o tráfego impossível. Na RSC-153, em Vale do Sol, deslizamentos parciais bloqueiam a via, enquanto na RSC-377, entre São Francisco de Assis e Santiago, desmoronamentos e erosões prejudicam o tráfego em vários pontos. Ao todo, 35 trechos críticos foram identificados pelas autoridades, comprometendo o transporte e o acesso a diversas regiões.
O monitoramento dos rios revela um panorama igualmente preocupante. O rio Jaguari, na região central do estado, alcançou níveis de calamidade pública, com mais de 200 residências alagadas e 600 pessoas desabrigadas. Outros rios como o Ibicuí, Ibirapuitã, Jacuí, Taquari e Caí apresentam riscos de transbordamento, especialmente com a previsão de chuvas contínuas ao longo do dia. Na região Metropolitana de Porto Alegre, embora o nível do Guaíba ainda não tenha ultrapassado a cota de alerta, o monitoramento segue constante devido à elevação gradual do nível das águas.
A previsão meteorológica para as próximas horas é preocupante. O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e a Climatempo alertam para a continuidade das chuvas intensas, com acumulados de até 100 mm em algumas regiões. Além disso, ventos de até 100 km/h e a possibilidade de granizo tornam o cenário ainda mais desafiador. O estado está sob efeito de um ciclone extratropical, que mantém as condições para tempestades severas.
A situação nas cidades reflete o impacto dessas condições extremas. Em Santa Maria, 178 pessoas foram desalojadas após danos em 34 residências. Em Santa Cruz do Sul, 120 moradores precisaram deixar suas casas. Jaguari, uma das áreas mais atingidas, registra um total de 1.200 pessoas afetadas entre desabrigados e desalojados. Em Cachoeira do Sul, o transbordamento do arroio Piquiri desalojou diversas famílias, enquanto em Encruzilhada do Sul, o córrego Lava Pés provocou alagamentos significativos.
Além disso, a infraestrutura está gravemente comprometida, com várias pontes interditadas e trechos rodoviários inutilizáveis devido à erosão e ao deslizamento de terras. Em Porto Alegre, os alagamentos também causaram interrupções na mobilidade urbana, com 17 semáforos fora de operação e pelo menos 13 pontos de alagamento na cidade.
As autoridades reforçam a orientação para que a população evite áreas de risco, especialmente trechos de rodovias e pontes danificadas. Em caso de emergência, os contatos com o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil municipal devem ser priorizados.
A persistência das condições climáticas adversas exige atenção redobrada nas próximas horas. A previsão é de que o ciclone continue a impactar o estado até o fim de semana, exigindo precauções extras e monitoramento constante.
