Brique da Praça Leonidas Ribas - Santo Ângelo/RS -
BRIQUE DA PRAÇA – Desde 1991 - Um breve histórico
O Brique da Praça foi criado pela Lei Municipal nº 1414, de 4 de Setembro de 1991, promulgada pela Câmara Municipal de Vereadores de Santo Ângelo (RS). Teve como autor do projeto, o suplente de vereador Dalmir Renato Ledur, da bancada do PT, tendo na titularidade o vereador Paulo Leal. Segundo o autor, ele observava o movimento dos artesãos santo-angelenses, que além de terem a sua Associação (Associação dos Artistas Plásticos e Artesãos de Santo Ângelo - Aapasa) e mantendo uma loja onde vendiam seus produtos, ainda assim, eles procuravam em várias oportunidades durante o ano, comercializá-los em feiras itinerantes. Pois, foi neste fato que o vereador Ledur buscou institucionalizar para o município um espaço que se expressa o acontecer das manifestações culturais na área do artesanato, em especial. Ligado a área cultural, integrante do grupo de teatro-TUSA (Teatro Universitário de Santo Ângelo) e sensível as manifestações culturais do próprio Estado e conhecendo o Brique da Redenção de Porto Alegre e pensando apropriar-se de uma Rua da cidade, a exemplo do Brique da Capital, aventou a possibilidade do Brique da Brasil (avenida central na cidade) que era usada para as Feiras de Natal, promovidas pelos artesãos locais, liderados pela Aapasa. Ao iniciar as tratativas com os associadas da Entidade foi deliberado que o melhor local, no momento era o espaço da Praça Rio Branco, frente à Rua Marechal Floriano Peixoto, palco das manifestações cívicas e militares nas ocasiões festivas da Pátria.
Os Pioneiros
Foram nove os pioneiros que discutiram a lei e elaboraram as bases do evento. Entre eles, Ivoneci Silveira, representando a Secretaria Municipal de Educação, Maria de Lourdes Johann (in memoriam) e Clara Emília Hochegger, representando a 14ª Delegacia de Educação, Jandira Simon, Ivete Portela, Neila Fucks Farias e Olga Kruel de Andrade - Associação dos Artistas Plásticos e Artesãos de Santo Ângelo, Gelson Silveira, representando a União Municipal de Estudantes (UESA) e Dalmir Renato Ledur, autor da lei. Naquele momento, houve muita discussão sobre a iniciativa entre os artesãos, bem como com vários segmentos da comunidade em geral. Destacando-se aqui as associações de empreendedores, comercial e industrial.
As primeiras diretrizes contemplaram a abrangência ampla do Evento, podendo participar expositores de qualquer localidade, visando oportunizar a venda de artigos que se enquadravam nas três linhas elencadas na lei, artesanato, antiguidades e manufaturados. Estas três possibilidades mais tarde foram ampliadas para artigos da flora, fauna e quitutes, baseadas em decisões de Assembleia Geral. Atualmente está em extinção a linha de fauna. A única restrição criada remete à linha de manufaturados que deve localizar-se dentro de uma área geográfica virtual. Suas fábricas e fabriquetas, ateliers ou confecções devem atender os limites da região Noroeste do Estado, compreendendo, logicamente, a região das Missões
O movimento criou um impacto na comunidade e a equipe preparou-se para lançar a primeira edição, conclamando as mais variadas formas de arte. Aliaram-se ao Brique artistas plásticos, pintoras em porcelana, escritores, ilustradores, teatreiros e músicos. Ao contrário do que muitos, ainda pensam, o Brique começou grande, pois já na edição inaugural havia sete dezenas de Expositores.
O “Brique da Praça Rio Branco”, originalmente assim denominado, pois a Praça chamava-se Rio Branco, atual Ricardo Leônidas Ribas, hoje, popular “Praça do Brique”, foi implantado em 10 de novembro de 1991. E, para regulamentar todo o procedimento e tutelar suas ações, foi criada em 11 de dezembro de 1991, a Associação do Brique da Praça, regida por seu Estatuto e Regimento Interno que orientam o funcionamento do Evento. O evento também foi oficialmente declarado de Utilidade Pública e sem Fins Lucrativos, através de legislação local.
A Diretoria do Brique, além dos cargos usuais, é composta pelas seguintes Coordenações: Expositores, Eventos e Divulgação e Infraestrutura. Essas são imprescindíveis e importantes no desempenho do movimento como um todo, capilarizando a administração. Esta forma resulta numa perfeita harmonia de entendimento e sucesso.
Espaços
Show das Onze
O “Show das Onze”, criado desde o início, é o espaço cultural para as manifestações artísticas da comunidade, sob diversas formas de apresentação, e ocorre a cada domingo, das 11 às 12 horas.
Entidades, instituições, laicas ou religiosas, grupos e artistas, entre músicos, cantores, declamadores, bailarinos, palhaços, humoristas podem agendar-se, mediante contato direto com a Coordenação de Eventos e Divulgação. O palco para estas manifestações localiza-se em frente à sede da Aapasa e foi revitalizado na reforma da Praça no ano de 1996, bem como o Calçadão dos Expositores com a retirada de edificação, popular Coreto e transferidos espelhos de água ali localizados.
O diferencial do “Brique da Praça” do nosso município é que a Associação mantém um som central, de onde emanam as coordenadas de cada Evento. Este, também, é a base necessária para os espetáculos, atividade que o Brique da Redenção, da capital do Estado, não disponibiliza aos artistas que o procuram.
Espaço Empresa.
No decorrer do processo, a Diretoria sentiu a necessidade de abrir um espaço próprio para empresas da cidade e região que manifestam a vontade de expor seus produtos ou promoções. Estas empresas instalam-se, normalmente, segundo a Coordenação de Expositores, ao longo da Rua Marechal Floriano e/ou entre as bancas usuais dos sócios do Brique, segundo as normas vigentes.
Para todo o Expositor, bem como para as Empresas, há um custo simbólico, que é recolhido pela Tesouraria, e que contribui para manter uma infraestrutura mínima para o bom funcionamento do “Brique”.
O espaço utilizado pelos expositores em geral é o Calçadão da Praça, à Rua Marechal Floriano, entre a Rua Três de Outubro e a Avenida Brasil. O uso deste espaço público foi disponibilizado pela administração da época e seus parâmetros estão atuais até hoje.
Nestes 31 anos de atuação, interrompidos por 18 meses, pela Pandemia acometida ao mundo todo da COVID 19, houve e há, e crê-se que continuará assim, um tácito entendimento entre o Poder Público e a administração privada do Brique.
Os membros da sua Diretoria fazem um trabalho voluntário e o Expositor vende seus produtos ao público comprador. A cada domingo, o Expositor declara sua venda em uma planilha que lhe é distribuída durante a instalação do Brique, e cuja receita é em benefício próprio. A média de venda dominical é de 12 a R$ 15.000,00 reais e a média de bancas presentes é de 80 a 100. Após a pandemia ocorreu uma redução desse número, mas já se percebe uma recuperação animadora. Não há a obrigatoriedade da presença da banca todos os domingos, entretanto, há mecanismos de controle, segundo o Regimento Interno da entidade mantenedora.
Os registros da Associação contabilizam mais de 1.300 edições, considerando-se que o Evento dominical só não acontece quando as condições climáticas são adversas.
O Cadastro de Expositores, entre os que frequentam regularmente o Brique, entre eventuais e inativos, já soma a expressiva participação de 2.100 inscritos.
Para a atual Diretoria, os objetivos a que se propôs o Grupo em 1991, foram amplamente atingidos e a interação com a comunidade local e regional é completa.
A atual presidente da Associação do Brique é o expositor Jaime Berres FONE WATZ 055 9990-9023.
Atenciosamente
Santo Ângelo-RS, janeiro de2023.
Clara Emília Hochegger
Ex-Secretária e Ex-Coordenadora de Eventos e Divulgação
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